quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Escola Existencialista de Bizâncio

Percorrendo o itinerário espiritual de um mestre medieval, Jean Meyendorff, em "Saint Grégoire Palamas et la Mystique Orthodoxe", concebe uma breve história da reflexão cristã sobre a prece.


Le Livre Messager


Diante do que nossos púlpitos contemporâneos - com suas verborragias intercessórias carregadas de irrelevância e prosaísmo - oferecem às assembléias cristãs, torna-se mais que urgente e de uma dramática necessidade, a leitura dos ensinamentos do patrono de Tessalônica, São Gregório Palamas. Figura de proa da patrística oriental, Palamas é lembrado anualmente pelos fiéis ortodoxos durante a liturgia do segundo domingo quaresmal. Quando a sinaxe reunida canta o apolitikon em louvor ao santo "campeão irrefutável dos teólogos", festeja-se, ainda mais que a própria vida do pregador bizantino, a legitimação de uma prática que, em princípio, entraria em choque com a própria "ortodoxia da tradição".

Vivenciado, primeiramente, nos eremitérios dos confins egípcios, o hesicasmo - exercício espiritual consistente na invocação permanente e concentrada do nome de Cristo, sob a "supervisão" luminosa de um ancião - com o passar dos séculos, se tornou o epicentro da devoção monástica nas comunidades ortodoxas espalhadas por lugares tão díspares como as montanhas da península grega ou as imensidões gélidas eslavas. Ainda hoje, surpreendentemente, a hesychia inspira e anima vocações, num radical engajamento por uma vida de prece e presença.

O cumprimento do "orai sem cessar" evangélico pelos chamados "Pais do Deserto", desde bem cedo, produziu uma incrível literatura difusora do hesicasmo, enriquecida, com o passar do tempo, pela reflexão empreendida por pensadores cristãos, alguns militantes da causa, outros críticos ferozes do movimento. A evolução da "casuística" e da "analítica" em torno do fenômeno hesicasta, desde Evágrio e Macário, na antiguidade tardia, até a Rússia à beira da revolução é o tema das pouco mais de cem páginas de "Saint Grégoire Palamas et la Mystique Orthodoxe", clássico da teologia cristã contemporânea de língua francesa, obra de uma das maiores vozes do pensamento ortodoxo do século passado, o "saint-sergiste" Jean Meyendorff.

Nascido em Neuilly-sur-Seine, em 1926, Meyendorff recebeu toda a sua educação teológica nesta verdadeira "agência" da espiritualidade eslava encravada no Ocidente que é o "Institut Saint-Serge", de Paris, tornando-se, mais tarde, um de seus mais ilustres professores. Na década de 1950, após sua ordenação ao presbiterado, transferiu-se para os Estados Unidos, vindo a lecionar no Seminário São Vladimir, do estado de Nova Yorque, e em prestigiosos centros universitários americanos como Harvard e Columbia. Conciliando a acadêmia com o altar e o iconostácio, Meyendorff foi um grande difusor do "ortodoxismo" e da cultura religiosa bizantina na América do Norte.

Com uma escritura marcada por uma clareza erudita e elegante, Jean Meyendorff compõe uma pequenina "crônica" histórica da teologia da oração na cristandade oriental, apresentando as contribuições das mais diversas fontes para o entendimento da devoção hesicasta, e os desdobramentos éticos e cívicos decorrentes de sua prática, tendo como pano de fundo uma paisagem intelectual onde transitam e se tocam a escolástica latina e o gnosticismo cristão, o vocabulário neoplatônico a serviço da interpretação bíblica e o nominalismo ocidental, o revival do paganismo promovido pela Renascença e o indispensável diálogo com o Islã emergente, a via eremítica e o cenobitismo, o Sinai e a Criméia, Gregório de Nissa e Serafim de Sarov.

Meyendorff mostra que os mestres hesicastas, embora tendo os anjos como companheiros e o mundo como um inimigo, repudiavam qualquer idéia de espiritualidade descarnada, platônica, avessa ao cotidiano. A busca pela quietude permitida pela oração de Jesus, só poderia se realizar através de uma participação ativa na implementação do Reino de Deus em plena turbulência da Terra, a despeito do império de Cesar ou da mitra. Essa desejada antecipação da vida futura aos crentes genuínos, constitiui uma marca incrível da antropologia espiritual hesicasta e de um existencialismoavant la lettre empolgante. A grande contribuição de Palamas ao reconhecimento do hesicasmo como algo canônico, permitido e desejado por Deus, foi realçar o caráter sacramental da mística hesicasta, trazendo-o para dentro de um único universo conceitual, e disso, preceituá-lo como regra de fé e atuação, não somente dirigida aos conventos ou aos sacerdotes, mas para todo o povo, independentemente de qualquer contingência. O que antes estivera muito próximo do anátema, com Gregório Palamas, recebe a dignidade teológica que o eleva ao status de alma da ortodoxia.

Com seu livro, Meyendorff também permite ao leitor uma generosa introdução há alguns conceitos basilares da fé ortodoxa oriental, direcionando a luz sobre temas pouco conhecidos em nossa realidade extremo ocidental, como a chamada teologia negativa, aspecto doutrinário tão caro aos cristãos orientais e que teve também no bispo de Tessalônica um defensor inspiradíssimo.

O segundo domingo da Quaresma é também conhecido pelos ortodoxos como o Domingo das Santas Relíquias. Preciosidades de tempos heróicos, as relíquias persistem pelas épocas, desafiando-as com seus misteriosos poderes de preservação dos legados da fé. Relíquia Sagrada, o hesicasmo, com o tempo e em atmosferas culturais as mais diversas, segue transformando vidas e consciências. Foi devido a renovação permitida pelo hesicasmo russo, que gênios como Dostoievski e Tolstoi tornaram-se verdadeiros mestres da alma humana.



Saint Grégoire Palamas et la Mystique Orthodoxe
Jean Meyendorff
Seuil - Points Sagesses



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O Demolidor de Clichês

Marcelo Coelho
Folha de São Paulo



"A Carta Roubada", de Edgar Allan Poe (1809-49), é um clássico da literatura policial. Publicado em 1844, o conto é tão conhecido que nem valeria fazer muito mistério sobre o seu desfecho.

Em todo caso, para não estragar as coisas, digamos apenas que o raciocínio do detetive, encarregado de encontrar um documento precioso, é ao mesmo tempo óbvio e contraintuitivo. Se existe alguma coisa que ninguém consegue enxergar é precisamente porque se encontra à vista de todos; o esconderijo mais oculto é aquele que, de tão óbvio, nem parece esconderijo.

Quase 70 anos depois, a história de "A Carta Roubada" foi "reescrita" num dos vários contos policiais publicados pelo escritor católico Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), criador de um detetive que era ao mesmo tempo padre. Na narrativa de Chesterton, de 1911, o Padre Brown descobre que a chave de determinado mistério não estava na carta, mas no carteiro.

O princípio é o mesmo: o melhor detetive será sempre aquele que tem olhos para descobrir aquilo que nunca esteve escondido, ou o segredo de um personagem que de tão simples não parece ter segredos. Não se trata de encontrar a agulha no palheiro, mas de atinar com a palha que sempre esteve lá.

Essa ideia está na base de inúmeros escritos de Chesterton, tanto ensaios e trabalhos de crítica literária quanto textos mais longos em defesa da religião católica. Alguns livros recentemente publicados no Brasil exemplificam essas duas vertentes do talento de Chesterton -a do ensaísta "leigo" e a do apologeta cristão.

"O Tempero da Vida e Outros Ensaios" [trad. Luciana Viégas, Graphia, 192 págs., R$ 45] reúne ensaios variados, que tratam, por exemplo, das fábulas de Esopo, da vida matrimonial de Macbeth, da grandeza da literatura barata e, "last but not least", de como escrever um conto policial.

Filho de um corretor de imóveis e de uma dona de casa com raízes calvinistas, Gilbert Keith Chesterton não teve sorte nos estudos e aproveitou seu talento de desenhista para fazer uma escola de artes; na virada do século, começaram a sair artigos seus na imprensa, assinados apenas, como era padrão na época, com as iniciais que se tornariam célebres: GKC.

Morreu rico, graças ao sucesso de seus livros, aos 62 anos. Tinha 1,93 m de altura e pesava mais de 130 quilos. Sua gargalhada era ouvida de longe, suas distrações e esquecimentos preenchem um volume de anedotas, seus hábitos alimentares estavam no extremo oposto dos de seu amigo e adversário, o vegetariano George Bernard Shaw, e em matéria de consumo alcoólico sua atitude não se destacava pela temperança.

"Barril de cerveja ao pé do altar", disse dele Fernando Pessoa, no heterônimo Álvaro de Campos. É que, além do tamanhão, da bebida e do catolicismo, Chesterton se destacava por uma atitude francamente populista, ou "plebeia", se quisermos, em matéria de gosto literário. Abominava o tom "decadentista", ultrarrefinado, dos estetas de fins do século 19, e também as pretensões do imperialismo britânico, encarnadas em seu contemporâneo Rudyard Kipling. Gostava dos folhetins em que o malvado é o malvado, o herói é o herói e a donzela, a donzela.

Ao mesmo tempo, não existe nada mais próximo do seu estilo do que os sofisticados paradoxos de Oscar Wilde (1854-1900). Em certo sentido, Chesterton representa um passo adiante na técnica intelectual de Wilde -que era a de pôr de pernas para o ar tudo o que fosse clichê ou lugar-comum. A subversão aristocrática de Wilde se transformou numa "reconversão" católica nas mãos de Chesterton, e em seus escritos o senso comum, virado e revirado de cabeça para baixo, retorna maravilhosamente igual ao que sempre foi -só que banhado em nova luz.

"Ortodoxia", livro de 1908, começa ilustrando esse passe de mágica: "Muitas vezes alimentei a fantasia de escrever um romance sobre um navegador inglês que cometeu um pequeno erro ao calcular sua rota e descobriu a Inglaterra, tendo a impressão de estar numa nova ilha dos Mares do Sul [...] Provavelmente a impressão geral será a de que o homem, que desembarcou (armado até os dentes e falando por sinais) para fincar a bandeira britânica naquele templo bárbaro que afinal de contas era o Pavilhão de Brighton, sentiu-se um perfeito idiota".

Mas, continua Chesterton, "aquele navegador sou eu".

Essa capacidade de estranhamento diante do cotidiano e de reconhecimento (nos dois sentidos do termo) pelo fato de estar diante da realidade de todos os dias reaparece em vários ensaios de "O Tempero da Vida".

Sobre "As Mil e Uma Noites", por exemplo, Chesterton diz que todas as descrições de palácios e riquezas presentes no livro podem arrebatar a imaginação do leitor, mas contam muito pouco. "A preciosidade da esmeralda, da ametista e do sândalo é somente a parábola e a expressão da preciosidade das pedras, do pó, e dos vira-latas pelas ruas [...] Nenhum mendigo corcunda e abjeto existe que não possua um talismã que lhe garanta o poder sobre palácios e templos reais."

"O Homem Eterno" [trad. Almiro Pisetta, Mundo Cristão, 320 págs., R$ 29,90] sucede-se ao lançamento de "Ortodoxia", em 2008, pela mesma editora, para trazer ao leitor brasileiro o essencial do Chesterton religioso. Embora os temas de "O Tempero da Vida" possam parecer mais interessantes, ninguém precisa ter medo dos escritos religiosos de Chesterton. São igualmente livres na forma, indisciplinados na fantasia, e -como tudo o que ele escreve- diabolicamente engraçados.

Em "O Homem Eterno", publicado em 1925 (três anos depois de sua conversão definitiva ao catolicismo), chega ao auge sua disposição para valorizar o trivial e ver no simples uma complexidade que as coisas complexas não possuem. Todo o livro é uma crítica, do ponto de vista católico, das ideias mais "avançadas" dos historiadores evolucionistas do seu tempo.

O "homem das cavernas" não era para Chesterton um tipo de macaco mais desenvolvido, nem o "homem da Idade Média" um aldeão queimador de bruxas. Eram, antes de tudo, homens como nós. Só o preconceito da ciência vitoriana, tingido de racismo, seria capaz de tratá-los com superioridade, horror e condescendência.

Por que imaginar, continua ele, que haveria algum ritual mágico justificando aquelas pinturas pré-históricas de bisontes e caçadas, sem levar em conta que pudesse haver apenas prazer -o mesmo prazer gratuito que todos sentem- ao fazer um desenho bonito? Seria verdade que o troglodita saía depois à caça de mulheres, derrubando-as com um golpe de clava e arrastando-as pelos cabelos? Chesterton responde com outra pergunta: por que a mulher haveria de esperar até levar uma pancada na cabeça?

De surpresa em surpresa, Chesterton reescreve a história das religiões até chegar ao cristianismo, procurando demolir as construções que apontam para a semelhança exterior entre os diversos cultos. A originalidade cristã com relação aos cultos pagãos da fertilidade supera o que tinham em comum (o sacrifício, a ressurreição, o bode expiatório); é a antropologia evolucionista, no estilo de "O Ramo de Ouro" de James George Frazer (1854-1941), que se vê contestada, certamente não com grande aparato erudito, mas com verve e lógica.

Assim como a história da humanidade começa com o homem das cavernas, "a segunda metade da história humana, que foi como uma nova criação do mundo, começa numa caverna". Pois "foi num lugar assim, exatamente debaixo dos pés dos passantes, num subterrâneo sob o próprio chão do mundo, que Jesus Cristo nasceu".

A combinação da imagem de um bebê com a ideia do Criador do Universo é valorizada por Chesterton como uma espécie de chiste, de piada, que os "críticos científicos" não são capazes de entender. Eles "brandamente condenam como improvável algo que nós loucamente sempre exaltamos como incrível: como algo que seria bom demais para ser verdade, só que é verdade".

Com imensa imaginação de crítico literário, Chesterton desvenda inúmeras metáforas do cristianismo, para em seguida, com senso quase automático do paradoxo e do humor, afirmar que não são simples "metáforas". Seu poder de argumentação, nesse aspecto, está na capacidade de criar comparações e contraexemplos tão surpreendentes, tão próximos da loucura, que entre risos e imprevistos todas as suas teses acabam parecendo muito razoáveis -como uma fábula de Esopo ou uma charge humorística.

Eis um exemplo, que perde um pouco ao ser retirado do contexto argumentativo, mas que exatamente por isso cresce em ousadia de imaginação. "O europeu moderno", diz Chesterton, "que procura sua religião na Ásia está atribuindo à Ásia a sua religião. Ele se parece com alguém que está mapeando o mar como se fosse terra firme: assinalando ondas como se fossem montanhas".

Barril de cerveja ao pé do altar? A embriaguez e a gargalhada de Chesterton poderiam ser lembradas com outra metáfora, bem mais evidente. Sua literatura é o vinho, desatado e vivo, que se serve no ritual cristão.

Chesterton se destacava por uma atitude populista, ou "plebeia", em matéria de gosto literário. Abominava o tom "decadentista", ultrarrefinado, dos estetas de fins do século 19


O "homem das cavernas" não era para Chesterton um tipo de macaco mais desenvolvido, nem o "homem da Idade Média" um aldeão queimador de bruxas. Eram homens como nós


Pavazine

sábado, 23 de outubro de 2010

A Igreja Brasileira e as Eleições: A Triste Realidade

Jorge Francisco Torres


Seja qual for o resultado da eleição presidencial no dia 31 de outubro, já temos um perdedor, nesse caso, perdedora: “A Igreja no Brasil” e, por consequência, “o Cristianismo” como religião, que ao longo de seus dois mil anos de história e pouco mais de quinhentos anos de Brasil, sempre apregoou que nós os Cristãos somos eleitos para os propósitos de Deus (1 Pedro 1.2), Cidadãos dos céus (Filipenses 3.20), que recebemos de Cristo a independência da morte (1 Coríntios 15.57) que vivemos no mundo, mas a ele não pertencemos, que aqui estamos vivendo distante do nosso lar; a nossa morada de paz se reveste, a Pátria Celeste é o nosso lugar!

Talvez a constatação da derrota da Igreja brasileira por efeito das eleições possa parecer carregada de pessimismo, de derrotismo, de desilusão, porém, não dá para se ter uma outra conclusão quando estamos assistindo nesses dias uma verdadeira “guerra santa” provocada pelas posições político-partidárias recheadas de interesses obscuros, da grande maioria de lideranças evangélicas e, também dos Bispos da Igreja de Roma (CNBB).

Não dá para aceitar que esses líderes religiosos do século XXI possam facilmente enredar-se na desafinada e herética canção mundana do “toma-lá-da-cá” e tapar seus ouvidos ao aviso: “Não vivam como vivem as pessoas do mundo, mas deixem que Deus os transforme” (Romanos 12.2).

Não é um advogar de uma alienação política ou, falta de interesse pela eleição e pelos rumos da nação. Não é nada disso!

Como Cristãos, a partir da fé, somos portadores de duas cidadanias: a terrena e a celestial e, como tal, sabemos que enquanto cidadãos terrenos temos direitos a usufruir e deveres a cumprir, em igual medida sendo que entre os deveres está o de votarmos e sermos votados, de governar e de sermos governados, em diferentes níveis institucionais.

A história recente do Brasil nos mostra que a postura da Igreja brasileira, em especial, a Igreja Evangélica, diante das eleições, sempre foi de viver em oração e ação, em louvor e serviço, a Deus e ao próximo, orientando seus seguidores a refletirem nisso enquanto fazem suas escolhas eleitorais, respeitando sempre a vontade Soberana de Deus, pois ninguém é eleito, senão pela vontade Dele.

Hoje a Igreja se rendeu. Caiu aos pés dos interesses políticos e, tristemente é “cabo eleitoreira” desse ou daquele candidato, sob o pretexto de que um ou outro candidato é menos ou mais a favor da vida. O aborto deixou de ser uma questão doutrinária para a Igreja brasileira e passou a ser um tema meramente político para referendar o apoio dado a esse ou àquele candidato.

A Igreja Romana no Brasil perdeu o “poder” já faz algum tempo. Enquanto vive seus dramas internos de homossexualismo e pedofilia entre seu clero, vê nessas eleições a oportunidade de recuperar o seu domínio e influência, caso a eleição do seu candidato que descaradamente assumiu e virou cabo eleitoreira se confirme.

Já no cenário evangélico, vemos uma avalanche de líderes pentecostais e neopentecostais e suas variações, encostando num ou noutro candidato, sem qualquer critério, valendo-se tão somente dos frutos de que tais apoios lhe renderão num futuro próximo. Esse ramo de Igreja Evangélica perdeu a “moral”, pois se vende facilmente, são como nuvens sem água, levadas pelo vento, uma após a outra.

As Igrejas Evangélicas Históricas se apequenaram diante desse cenário, não cumprem o seu papel profético de ser a guardiã da sã doutrina, herdada dos apóstolos. É uma pena ver grandes homens dos quadros das Igrejas Evangélicas históricas se aquietarem nesse momento tão difícil porque passa a Igreja.

Todos nós que estamos no trabalho missionário, seja numa congregação ou à frente de uma missão evangelística, sabemos o quanto está difícil a adesão das pessoas ao evangelho. O quanto muito de nós tem sofrido pela falta de interesse das pessoas pela religião, pelo sagrado, pelo divino. Temos inúmeros adversários.

Contudo, nada é mais danoso ao evangelho do que o contra-testemunho. Nada dói mais do que ver o evangelho ser pisoteado, desrespeitado grosseiramente pelas pessoas por conta de ações irresponsáveis daqueles que deveriam zelar e dar bons exemplos como fruto daquilo que dizem crer.

Depois dessas eleições ficará ainda mais duro evangelizar. Seremos alvos de chacotas, ouviremos insultos, desaforos e um não bem grande de descrédito. Seremos comparados a tudo, menos a herdeiros de Cristo e seus seguidores.

Que Deus tenha misericórdia e dê uma nova chance a sua Igreja no Brasil.


Originalmente publicado no site da
Diocese do Recife - Igreja Anglicana do Cone Sul da América.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Fidelidade

Pelas ruas das cidades, vez ou outra, um automóvel estampa o adesivo"Deus é fiel, e você?" Verdadeiramente, a fidelidade do homem para com seu Criador é sazonal, quase sempre esporádica. A fidelidade do Pai, no entanto, sempre permanece. Que o exemplo do Cristo no deserto - exemplo maior de fidelidade, mesmo na adversidade - possa nos inspirar à um viver mais coerente, transparente e responsável.


Quinta-Feira, nono dia



primeira leitura
Salmo, 119
"Feliz aquele de conduta íntegra"

segunda leitura
Segundo livro de Samuel, profeta em Israel, capítulo 23, do primeiro ao sétimo versos
"Tal a Luz da Manhã"


canto de louvor
O Santo Evangelho de Lucas, primeiro capítulo, do verso 46 ao 56
"Senhor, meu Deus, minh´Alma canta o Teu Louvor!"


uma súplica
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

"Desceste ao Hades, ó Salvador meu,
rompendo suas portas, Tu que és Todo-poderoso,
levantaste contigo os mortos, ó Criador,
destruíste, ó Cristo, o aguilhão da morte
e libertaste também Adão da maldição, ó Filântropo!
Por isso, clamamos, Senhor, salva-nos!"
(kondakion)



oração em silêncio



grata memória
O Santo Evangelho de Marcos, segundo capítulo, do primeiro ao décimo segundo versos
"Nunca vimos uma coisa assim!"



uma pausa para o espírito



adoração e agradecimento
"Bendigamos al Altissimo" canção medieval sefaradita
"Jesus Nazareno" Gerson Borges



silêncio




moto
"No silêncio me refugio para ouvir o meu Senhor."

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Perdão

Pecado confessado é pecado perdoado! Os púlpitos não se cansam de afirmar isso. Mas, verdadeiramente, sabemos a real dimensão do perdão? Sabemos, realmente, perdoar?; acreditamos, piamente, que podemos ser perdoados? Sem o vero conhecimento do perdão, não poderemos adentrar nos tabernáculos eternos! Que nesta Quaresma, ofertemos perdão! Que nesta Quaresma, ansiemos por perdão!


Quarta-Feira, oitavo dia



primeira leitura
Primeiro livro das Crônicas, capítulo 21
"Punição de Deus"

segunda leitura
Atos dos Apóstolos, capítulo 17, do verso 16 ao trigésimo quarto
"O Deus desconhecido"


canto de louvor
Carta à Tito, capítulo terceiro, do verso 12 ao décimo quinto
"Recomendações"



mensagem antecedendo uma súplica
Testamento de Josué, do décimo ao décimo segundo versos do capítulo quinto
"A Primeira Páscoa em Canaã"



oração em silêncio



grata memória
O Santo Evangelho de João, capítulo terceiro, do primeiro ao vigésimo primeiro versos
"Crer nas coisas da Terra e do Céu"



uma pausa para o espírito



adoração e agradecimento
"Deixa Tudo" Banda Rara
"Enche-me Espírito" Vencedores por Cristo



por esta causa dobro meus joelhos
por todos os trabalhadores que não conseguem, mesmo com o suor de seu esforço, receber proventos dignos




moto
"O Amor de Cristo nos une e nos impulsiona para o Infinito."

Resistência

Resista do mal e ele fugirá. O santo ensinamento sobre a resistência espiritual do discípulo do Cristo parece não mais condicionar a vida dos cristãos contemporâneos. Cada vez mais dispostos à trocar as santas causas do Reino pelas lentilhas do mundo, os cristãos, pouco a pouco, vão se deixando cair nas garras do inimigo da fé e abraçando de um modo vergonhoso a apostasia. Que nesta Quaresma possamos, de uma vez por todas, assumir a condição de filhos de Deus e com firme convicção, impor resistência ante a incursão malígna.



Terça-Feira, sétimo dia


primeira leitura
primeiro capítulo do livro de Ester
"A desgraça de Vasti"

segunda leitura
capítulo 49 do testamento de Isaias, profeta de Deus
"O Senhor é Fiel!"


canto de louvor
Jeremias, versos 22 à 23 do nono capítulo
"Verdadeira Sabedoria"


mensagem antecedendo uma súplica
O Apocalipse de João, do oitavo ao décimo primeiro versos do segundo capítulo
"Tu és pobre - mas é rica!!!"



oração em silêncio


grata memória
O Santo Evangelho de Marcos, terceiro capítulo, do trigésimo primeiro ao trigésimo quinto versos
"A Sagrada Família"




uma pausa para o espírito


adoração e agradecimento
"Senhor do Universo" Wanda Sá
"Te agradeço" Diante do Trono




moto
"Onde estiver amor, Cristo aí está!"

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Espera

A Quaresma é tempo de espera. Que possamos esperar pelo Pai, sempre confiando. Confiando no Perdão dos pecados, confiando na graça do recebimento do Dom da Fé, confiando na Libertação, confiando, confiando...

Segunda-Feira, sexto dia

primeira leitura
Primeiro livro dos Reis, oitavo capítulo
"Trazendo a Arca"

segunda leitura
Livro de Joel, segundo capítulo
"O Dia do Senhor e o Apelo à Penitência, ao Jejum e à Suplica"


canto de louvor
Salmo 40
"Eu O esperei, e Ele não me faltou!"


mensagem antecedendo uma súplica
capítulo 31 da Antologia dos Provérbios
"Palavras do Rei Lemuel"



oração em silêncio



grata memória
O Santo Evangelho de Mateus, capítulo 25, do primeiro ao décimo terceiro versos
"As lamparinas"



uma pausa para o espírito



adoração e agradecimento
Cantai todos os povos!!! Encha o seu coração de alegria (apesar de tudo) e cante conosco:
"Pai Nosso dos Mártires" Zé Vicente
"Quero me derramar como Perfume" PG



jejum e prece
Por todos aqueles que cansados, perderam a fé




moto
"Viver em Paz, proclamando Paz!"